EB1/PE Areeiro e Lombada

a nossa horta bio

Horta pequena (até 50m²)

saber mais sobre a nossa horta bio

Desenho/croqui da horta

1. Há quanto tempo existe uma horta na escola?

6 anos

2. Área aproximada da horta (m²)

20 m2

3. Quem trata da horta?

3.1. N.º de professores envolvidos

5

3.2. Disciplinas que mais participam na dinâmica da horta

Guardiões da horta, orientados pelas coordenadoras do programa e Pré-escolar - Sala Amarela, responsável pelo tema "agricultura biológica".

3.3. N.º de alunos envolvidos

Todos rotativamente e de acordo com interesse e disponibilidade

3.4. N.º de funcionários da Escola envolvidos

6

4. As famílias são envolvidas?

Sim

4.1. Como e com que frequência?

As famílias participam de forma pontual colaborando com materiais, ou outros elementos necessários para a manutenção da horta, como por exemplo troncos e palhinas para o hotel dos insetos, terra biológica, areão ou palha para empalhamento da terra,ou roupa para o espantalho. Também são envolvidas em atividades com os produtos finais da horta, como por exemplo, no mercadinho de venda dos produtos da horta, ou mesmo ao receber como prenda do Dia da Mãe um saquinho de cheiro feito com alfazema recolhida na horta e decorado pelas crianças (Sala de Pré-escolar).

5. Apresentar exemplos do impacto da horta na comunidade e nos alunos

A horta apresenta um impacto positivo, tanto na comunidade como nos alunos, pois, apesar de pequena, apresenta um aspeto agradável e é um pólo de interesse tendo em conta a sua exploração, manutenção e conservação. Todos gostam de colaborar, dando ideias sobre a aquisição de novas plantas, sobre a forma de as manter saudáveis e interessam-se pelo facto de ser bio, e de obedecer ao principio da permacultura, conceito introduzido por uma educadora da sala de Pré-Escolar responsável pelo tema "horta biológica". A Horta é também utilizada como fonte de atividades para uma criança com NEE cujo currículo apresenta um cunho mais funcional e outras que se interessam verdadeiramente pelas atividades hortículas e nelas encontram motivação e empenho para as suas atividades curriculares. Numa Era em que predomina a tecnologia, consideramos importante a manutenção do vinculo à terra e às plantas. O "mexer, o cuidar, o fazer" transmite sentimentos de alegria e satisfação necessários e benéficos para o desenvolvimento das crianças em equilíbrio e harmonia com a natureza.
Pensamos que o impacto nos restantes membros da Comunidade Educativa se encontra bem patente na disponibilidade e prontidão com que respondem às nossas solicitações sobre algum tipo de ajuda ou apoio, ou nas questões que colocam sobre a forma como fazemos, o interesse pelos produtos (plantas para chá, ervas aromáticas, compostagem, produtos bio) quer dos pais (também com influencia do que os filhos transmitem), quer dos outros elementos da escola, professores, técnicos e auxiliares de educação. Quanto ao impacto nos outros organismos ou entidades temos a colaboração da Junta de Freguesia, Câmara Municipal, membros da DROTA e Centros de horticultura, entre outros, através dos quais conseguimos jardineiros que nos ajudam na árdua tarefa de manutenção e aquisição de plantas endémicas da Madeira que embelezam e aumentam o interesse cientifico da nossa horta. Sinto que todos aqueles que nos visitam se envolvem com o nosso entusiasmo e interesse pela nossa horta e sentem vontade de dar a sua melhor colaboração.

6. Como é organizada a manutenção da horta e a repartição de tarefas?

A manutenção da horta é feita por mim e pelos alunos em geral, tendo sempre a preocupação de que todos tenham oportunidade de realizar alguma tarefa e tentando respeitar o seu interesse e disponibilidade. Fica aqui a ressalva de que sou docente de educação especial e, como tal, não possuo turma ou grupo, razão que explica a forma como nos organizamos. Além de mim, é feita, também por uma educadora da sala de pré-escolar responsável pelo tema Eco “Agricultura biológica” que tem e nos transmite conhecimentos sobre permaculttura. Geralmente vou para a horta acompanhada por um grupo de 2 a 3 crianças, sendo que uma delas, geralmente á a que apresenta NEE e que é a Guardiã Mor da nossa horta. Quando são atividades desenvolvidas com os professores titulares, todo o grupo participa. A rega é feita por um auxiliar da escola que esteja responsáveis pela manutenção do espaço exterior,juntamente com uma criança, rotativamente.
No início do ano, podamos algumas plantas e/ou árvores que tenham crescido demasiado e ultrapassado o seu espaço, solicitamos a colaboração de um jardineiro da Junta de freguesia de forma a cavar o solo mais profundamente. De seguida, espalhamos composto e estila e plantamos produtos hortícolas, algumas ervas aromáticas. Este ano adquirimos um marmulano (sideroxylon mirmulans), árvore de pequeno porte devido às pequenas dimensões do nosso espaço e um gerâneo (Geranium madeirense) através dos serviços do Instituto das Florestas e Conservacao da Natureza IP-RAM. Para assinalar o Dia da Floresta, adquirimos através da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais uma estreleira (Leucanthemum vulgare), plantas indígenas e endémicas do arquipélago da Madeira, que veio enriquecer o nosso espólio floral e arbóreo.
Por vezes fazemos sementeiras ou plantamos em recipientes mais pequenos para depois transpor para a horta, de forma a evitar o crescimento de ervas daninhas. A rega das plantas é feita quando a terra está seca e respeitando a fase de crescimento das plantas, a sua maior ou menos necessidade de água e as condições atmosféricas. Para a rega utilizamos água da rede e, a partir deste ano, começamos a recolher água da chuva em recipientes. Através da colaboração de uma mãe, recorremos à técnica do empalhamento para evitar a evaporação de água e o crescimento de ervas daninhas.
Ao longo do ano colhemos sementes permitindo, para tal, que algumas plantas completam o seu ciclo de vida como na natureza. A nossa horta apresenta uma configuração retangular com vários espaços delimitados, um posterior e outros anteriores, permeados por um passadiço coberto de estila o que permite a circulação em toda a sua extensão e facilita toda a ação desenvolvida. Além disso, fizemos uma recolha de sementes junto de outras escolas que também possuem hortas bio, nomeadamente, a EB1/PE da Fonte da Rocha e escola da Sementinha, o que enriqueceu o nosso sementário.

7. Como é feita a preparação do solo?

A fertilização do solo é feita através do composto extraído da compostagem onde se misturam resíduos orgânicos que depois são devolvidos à terra. Tal como já referimos, os pais também nos oferecem composto para fertilizar o solo e nós aceitamos desde que seja biológico, mesmo que de superfícies comerciais. As minhocas existentes no solo, com a atividade, também fertilizam o solo.
Do intercâmbio com a EB1/PE da Fonte da Rocha com o objetivo de nos oferecer sementes biológicas, foi-me transmitido como produzir sideração, uma mistura de algumas leguminosas, chorume de urtiga, consolda e borragem, chás de composto com mais de um ano que fertiliza e nutre o solo. Levei um pouco e vimos os seus efeitos salutares pelo que vamos passar a utilizá-lo, pelo menos no final e início do ano escolar pois como a nossa horta fica junto ao recreio das crianças do pré-escolar, o cheiro torna-se incomodativo.

8. É feita compostagem?

Sim

8.1. Se sim, como e com que materiais?

A compostagem é feita com os resíduos vegetais da cozinha havendo a necessidade de acrescentar sempre serradura, palha, relva, folhas secas ou verdes recolhidas das mondas ou podas, borra de café. Esta necessidade deve-se ao facto do compostor se encontrar perto do recreio das crianças pequenas e como tal, tentamos evitar os maus cheiros ou a concentração de insetos ou repteis (moscas e lagartixas). Além disso, tentamos equilibrar os materiais ricos em azoto e carbono.

9. Quais as culturas / consociações instaladas?

A nossa horta obedece aos princípios da permacultara, como tal procuramos manter o equilíbrio, a autorregeneração e manutenção entre as diferentes plantas que cultivamos, sejam elas hortícolas, ornamentais, aromáticas ou medicinais.
Quando plantamos algo consultamos as listas de consociação favoráveis e desfavoráveis de cada planta, estas são plantadas intercaladas num regime de consociação e policultura.
Neste momento, apanhamos os produtos hortícolas e a horta está num período de adubação e descanso para depois voltarmos a plantar outros produtos. Tendo em conta a dimensão da horta, não conseguimos produzir em grandes quantidades ou variedade mas, ao longo deste ano letivo, tivemos as seguintes consociações: cenoura com cebola e alface; tomate com ervilha; Batata com feijoeiro anual. Na parte anterior da horta e junto às vedações, para servir de tutores temos rúcula, salsa, funcho, mentas, salva, plantas com flores comestiveis, algumas árvores de fruto e morangueiros.

11. É feita recolha da água da chuva?

Sim

11.1. Como é feita a gestão da rega?

Tal como já foi atrás referido, a rega é feita com a colaboração dos auxiliares da escola que estejam responsáveis pela manutenção do espaço exterior da escola, que forma equipa com uma criança, o que obedece a um sistema de rotatividade. A supervisão deste processo cabe a mim ou à educadora da sala Amarela. As crianças também são envolvidas nesta atividade, sempre que uma planta necessita de mais regas, tendo em conta o seu período de crescimento ou a temperatura atmosférica.
A rega das plantas é feita quando a terra está seca e utilizamos água da rede tendo, a partir deste ano, começado a recolher água da chuva em recipientes. Através da colaboração de uma mãe, recorremos à técnica do empalhamento para evitar a evaporação de água e o crescimento de ervas daninhas.

12. Monitorização de pragas e doenças

12.1. É feita monitorização de pragas e doenças? Como e com que frequência?

Não fazemos uma grande monotorização de pragas e doenças porque, pelo menos durante o período em que sou coordenadora, e este já é o terceiro ano, não houve necessidade. Há uma prevenção e estamos atentos a algum sinal indicativo de que temos de tomar alguma medida e quando tal acontece, tentamos perceber o que se passa e intervir de forma naturail e ecológica.
Como já foi referido, as plantas estão plantados de forma que haja um equilíbrio e se auto- protejam. Uma vez que se encontram saudáveis, torna-se fácil que isso aconteça. O conceito de permacultura preconiza a policultura com consociação e com plantas de ação repelente de insetos nocivos (ex: cravo-da-india para afastar a praga dos tomates ou o manjericão, cujo cheiro forte também ajuda a afastar as pragas das plantas) e outras que favorecem a aproximação de insetos auxiliares. Para isso, além das plantas (ex: planta das borboletas), temos o hotel dos insetos, construído pelo pai de uma das nossas crianças e que para eles é um motivo de orgulho e de observação dos insetos que se aproxima, tais como joaninhas e crisopídeos. A sinergia existente acaba por fazer uma gestão integrada e natural de controlo de pragas.

12.2. Houve ataques de pragas e/ou doenças?

Sim

12.3. Se sim, quais e como foram combatidas?

Não tivemos necessidade de recorrer a procedimentos muito sofisticados. Usamos alguns procedimentos simples como retirar as folhas atacadas, numa fase inicial, deitar cinza em volta dos canteiros e pratinhas com cerveja para caracóis e lesmas, ou usar um jato de água ou pressão . Quando houver necessidade havemos de pesquisar, pedir ajuda a alguém mais informado e experiente e aprender com os resultados obtidos.

13. Existem animais de criação ligados à horta?

Sim

13.1. Se sim, que espécies?

As dimensões da nossa escola e do espaço da nossa horta não nos permite ter animais de grande ou médio porte. Contudo, é prática corrente ter a visita de animais para que as crianças observem as suas características e se familiarizem com estes, como por exemplo, coelhos, pintainhos, peixes ou até mesmo cães e gatos. Fazemos visitas de estudo a espaços onde existam animais para que os assuntos abordados sejam observados "in loco" e, assim, consolidados. Temos as plantas e o hotel que atraem insetos e temos ninhos com comedouros e bebedouros de pássaros. Numa sala estão, neste momento, a observar o processo de metamorfose das borboletas e temos um aquário com peixinhos sendo as crianças responsáveis pelos cuidados com o aquário e alimentação dos peixinhos..

14. Assinale outras atividades que se realizam em torno da horta

  • Feira na escola
  • Confecção de sopas e outros pratos
  • Aulas na horta
  • Outra

Outra, qual?

Catalogação das plantas, criação de um sementário. Com a aluna com NEE foi realizado um trabalho de pesquisa das fases da lua e da influência da alunação para cada atividade da horta: por exemplo a colheita de ervas e fruta é feita na lua cheia, porque o

14.1. Das que assinalou, descreva até três que considera mais significativas, referindo para cada uma o número de vezes que se realizou durante o ano, número de pessoas envolvidas, tipo de participação dos alunos, impacto na comunidade e outros aspetos relevantes:

Atividade 1

Descrição

Apresentação aos colegas das atividades realizadas na horta - Após a realização de atividades na horta para plantação de tomateiros, entre outras, quando os alunos chegavam à sala, a curiosidade era geral: onde foram e o que foram fazer? Para que todos tivessem oportunidade de observar o que se passava, por sugestão de uma das suas professoras, os alunos realizaram um trabalho em powerpoint para que todos pudessem observar as suas atividades. Estes alunos trabalharam a expressão escrita, treinaram a apresentação, fazendo, até uma cábula que levaram para casa para ensaiar. No dia da apresentação, treinaram a oralidade e enfrentaram aquele "friozinho" no estômago quando se fala em publico pela primeira vez, o que foi facilmente ultrapassado pelo interesse demonstrado pelos colegas e com a colaboração dos professores. Além disso, ficou o convite à participação dos outros o que muito lhes agradou. Os alunos também apresentaram o seu trabalho nas salas de pré-escolar, para que o colega que os acompanhou também pudesse participar.

Fotografias

Atividade 2

Descrição

Feirinha na escola - A atividade da feirinha na escola foi deveras significativa para toda a comunidade escolar pois, além de envolver a todos, teve como objetivo primordial demonstrar aquilo que era feito e o resultado do nosso trabalho. Além disso, contribuiu para o desenvolvimento das atividades funcionais de dois alunos com NEE, que assim, tiveram oportunidade, de uma forma prática e com a envolvência dos pares/outros que os auxiliaram conseguiram sair da sua área de conhecimento efetivo e avançar, indo mais além. Recolheram as hortaliças, fizeram etiquetas com os seus nomes, escreveram e decoraram o letreiro do mercadinho, recortaram papel para decorar a bancada, prepararam as hortaliças separando-as em raminhos ou por unidade, estabeleceram preços, serviram os “clientes”, receberam dinheiro e fizeram troco e, no final da atividade, viram o resultado do seu esforço e fizeram planos para o futuro: comprar plantinhas biológicas para voltar a cultivar na nossa horta. Não sem antes voltar a adubar a terra com o resultado da nossa compostagem mais a terra cedida pela mãe de dois dos alunos da pré que também pratica agricultura biológica. Alguém poderá referir onde acabam as atividades curriculares e onde começam as experiências de vida?

Fotografias

Atividade 3

Descrição

Confeção de uma sopa na cozinha - As refeições feitas com legumes da horta, os chás com ervas aromáticas e medicinais aconteceram ao longo de todo o ano escolar. Várias foram as salas que participaram nessas atividades desde as de pré-escolar, às de 1.º ciclo que fizeram chá na sala, salada de alface no refeitório, até à entrega das hortaliças para que fossem usadas na cozinha. Para além disso, confecioraram-se receitas com produtos biológicos como sumo de cenoura e beterraba, salame de chocolate biológico, bolo de cenoura, broas biológicas como prenda para o dia da Mãe e serviu-se chá da horta no lanche dos professores e em encontros ou reuniões, como por exemplo, na Dia Eco ou nas reuniões de conselho Eco. A atividade aqui realçada, embora à primeira vista possa parecer que não tem impacto social ou na comunidade, pois dá ideia de que foi realizado por uma só criança, a verdade é que fez parte de um trabalho de equipa, em que a turma de 2.º ano recolheu as alfaces e ervilhas, a sala Azul, do Pré-Escolar, recolheu as cenouras sob a orientação da guardiã Mor da horta, que depois meteu mãos à obra e foi ajudante da cozinheira ao confecionar a sopa para o almoço. Pouco impacto na comunidade escolar? Não, antes pelo contrário, só demonstra que a escola é para todos à medida de cada um e que todos podem participar e dar o seu melhor de uma ou de outra forma, num verdadeiro espírito de inclusão.

Fotografias

15. Outros aspetos de realce da horta

Neste momento estamos a tentar introduzir, na nossa horta-jardim um maior número de plantas endémicas e que façam parte da nossa Laurissilva.
Temos como principal objetivo, proporcionar atividades que criem experiências e vivências significativas e que levem à promoção, nas crianças, de um conhecimento holístico e sistémico onde a observação, a aprendizagem e o equilíbrio com a natureza seja um processo inato constante.

15.1. Link para a página da horta

Não temos página da horta mas todas as atividades são documentadas no facebook da escola cujo endereço é o seguinte: eb1peareeiroelombada@edu.madeira.gov.pt

 

Publicado por: avatar EB1/PE Areeiro e Lombada

Professor coordenador da horta: Lígia Fernandes