Escola Básica de Moure e Ribeira do Neiva
a nossa horta bio
saber mais sobre a nossa horta bio
Desenho/croqui da horta
1. Há quanto tempo existe uma horta na escola?
10
2. Área aproximada da horta (m²)
900
3. Quem trata da horta?
3.1. N.º de professores envolvidos
4
3.2. Disciplinas que mais participam na dinâmica da horta
Ciências Naturais, Físico Química, Geografia, Português, Jardinagem, Estudo do Meio, Matemática, Clube Eco Escolas, Clube de Meteorologia do Agrupamento
3.3. N.º de alunos envolvidos
64
3.4. N.º de funcionários da Escola envolvidos
6
4. As famílias são envolvidas?
Sim
4.1. Como e com que frequência?
Através das atividades e iniciativas propostas em reuniões ou pelos filhos com convites. Também participando na construção de projetos e no fornecimento de materiais e na cedência de sementes e plântulas.
5. Apresentar exemplos do impacto da horta na comunidade e nos alunos
Este ano, a escola/horta bio deu mais um passo em frente, tendo dinamizado uma sessão/aula sobre “Segurança no Trabalho” orientada pelos alunos do CEF de Jardinagem, para alunos e professores dos diferentes países de que a escola é parceira no âmbito do Programa Erasmus+ "We want happy student", em que puderam aprender connosco normas e regras de segurança em práticas agrícolas.
Ao longo dos vários anos de implementação da horta notamos que os alunos vão estando cada vez mais sensibilizados para o trabalho que aqui se realiza. O ambiente e a alimentação saudável são temas transversais às matérias abordadas nas salas. A horta proporciona diversas possibilidades de exposição destes temas e permite o desenvolvimento de ações pedagógicas em equipa, explorando a multiplicidade e interdisciplinaridade das diferentes formas de aprender e de ensinar. Neste sentido, a horta possibilita intervir na cultura dos alunos e envolver a participação dos professores em novas práticas pedagógicas. Permite ainda, consolidar os conhecimentos e fomentar o gosto e o respeito pela Natureza e pela preservação e engrandecimento do património natural da região.
A horta permite desenvolver o espírito de entre ajuda, cooperação e partilha de conhecimentos entre os elementos da comunidade educativa.
Também a venda direta dos produtos hortícolas na escola e a confeção de pequenas refeições possibilitaram a divulgação dos mesmos e das práticas seguras e saudáveis na agricultura/horticultura.
Gradualmente as famílias dos utilizadores da horta foi alterando algumas práticas de cultivo e hábitos alimentares. Passou-se a falar de compostagem e a realizá-la em casa e, a valorizar práticas amigas do ambiente e da preservação dos recursos naturais.
6. Como é organizada a manutenção da horta e a repartição de tarefas?
Existe um regulamento de funcionamento e do utilizador da horta biológica. Cada grupo (utilizador) possui um talhão que cultiva segundo os princípios da Agricultura Biológica e respeitando o regulamento; São realizadas sementeiras (sementes biológicas) em estufa pelos alunos do CEF de Jardinagem, de acordo com a época e que depois são cedidas aos utilizadores; Todos os utilizadores contribuem com os resíduos orgânicos das suas hortas para a compostagem; A coordenadora do projeto Horta Escolar Bio presta colaboração/apoio aos utilizadores da horta (demonstrações).
7. Como é feita a preparação do solo?
No início do ano e, em virtude do solo da horta, compactar com facilidade, foi necessária a sua mobilização, com auxílio do escarificador e da grade, tendo sido inicialmente realizada a limpeza dos detritos existentes. Foram deixados alguns resíduos das culturas, para serem incorporados ao solo como fontes de azoto e de nutrientes.
As fases seguintes foram de incorporação de matéria orgânica obtida através da compostagem produzida na escola e de cinza de madeira, resultante da queima de lenha das podas, pois o solo da horta possui um pH próximo do 6,5 (acidez média).
8. É feita compostagem?
Sim
8.1. Se sim, como e com que materiais?
É realizada através da compostagem (pilhas e compositores de plástico).
Materiais utilizados: 1. Com elevado teor em carbono: palhas, cascas, serrim, folhas, podas. 2. Com elevado teor em azoto: borras de café recolhidas nas pastelarias dos arredores da escola e do bar dos professores; desperdícios de cozinha da cantina composto basicamente por cascas, desperdícios e restos de frutas e legumes e por cortes de relva dos jardins – tendo o cuidado de alternar, sucessivamente, no compostor/pilha as camadas de material castanho e verde, sendo que a primeira e última camada, são sempre materiais castanhos para evitar a lixiviação e ação direta da luz solar (na pilha).
9. Quais as culturas / consociações instaladas?
As consociações utilizadas são as que combinam gramíneas e leguminosas, aproveitando a fixação de azoto das leguminosas e as vantagens da gramínea, na proteção do solo, contra a erosão. Também realizamos associações de hortícolas com diferentes velocidades de crescimento, para aproveitar melhor o terreno. Outras consociações são planeadas com vista à proteção das culturas, nomeadamente no combate de pragas com efeito de repelência ou atração de insetos auxiliares. Temos o cuidado de selecionar variedades resistentes e bem adaptadas às condições locais. Variedades regionais são mais tolerantes a pragas e doenças.
Associações instaladas na horta: a) Alface, alho-francês cebola, b) Batata, penca, feijão e espinafre; c) Ervilha, alface, couve lombarda; d) Alface e salsa; e) Fava, coentros, couve-penca, f) Ervilha, salsa, cravo-túnico, couve-lombarda, alface; g) Ervilha-de-cheiro, pelargónio, acelga, salsa, couve-coração; h) Alho, alface, couve-portuguesa; i) Alho-francês, cebola, alface; j)Couve-flor, acelga, beterraba, alho-francês, endro, alecrim, rosmaninho, erva-cidreira; l)Feijão da trepa, chagas, salsa, coentro; m) Cenoura, feijão da trepa, aipo; n) Pepino, tomate, pimento padrão.
Ao longo da horta plantamos uma bordadura de ervas aromáticas e de flores com o intuito de funcionarem como plantas inseticidas/ insetífugas e, ainda outras com a função de plantas-armadilhas.
11. É feita recolha da água da chuva?
Sim
11.1. Como é feita a gestão da rega?
O Sistema de rega funciona através de bombagem de água do ribeiro que passa junto à horta. Também aproveitamos as águas pluviais que guardamos em quatro tanques (1000L, cada). Construímos eco bidons, que são o aproveitamento de velhos bidons, e recolhemos a água da chuva para rega das plantas na estufa.
12. Monitorização de pragas e doenças
12.1. É feita monitorização de pragas e doenças? Como e com que frequência?
Sim. Inspeção regular das culturas para verificar o seu aspeto (manchas ou mordeduras); são realizadas culturas diversificadas, estabelecendo rotações; luta biológica - joaninha/pulgão; atração de auxiliares pela plantação de espécies diversificadas; manutenção dos ninhos artificiais e do hotel para insetos; criação de bordaduras de flores coloridas; armadilhas de cerveja; apanha manual de pragas; eliminação manual das folhas de pessegueiro com lepra (presença de fungo); manter a horta limpa de ervas daninhas e de lixo; são criados espaçamentos entre culturas e controlo da rega para não originar o desenvolvimento de fungos; instalação de culturas intercalares de plantas aromáticas como medida de prevenção.
Semanalmente os alunos da turma CEF de Jardinagem, nas disciplinas da área tecnológica, fazem a inspeção de pragas e doenças.
12.2. Houve ataques de pragas e/ou doenças?
Sim
12.3. Se sim, quais e como foram combatidas?
Piolho nas faveiras (afídeo negro). Luta química biológica (inseticidas de origem vegetal): Preparado de alho (alguns dentes de alho ralados com varinha mágica e juntou-se a 2 litros de água. Deixou-se repousar durante 24 horas. Este preparado foi coado e diluído em 5 litros de água. Finalmente foi pulverizado nas faveiras). O piolho desapareceu rapidamente.
13. Existem animais de criação ligados à horta?
Não
13.1. Se sim, que espécies?
14. Assinale outras atividades que se realizam em torno da horta
- Feira na escola
- Feira na comunidade
- Aulas na horta
- Outra
Outra, qual?
Um workshop dirigido a alunos e professores estrangeiros do Programa Erasmus+; Visita da Associação Florestal do Cávado à horta bio; Desenvolver atividades integradas no Projeto Escola+Verde, com alunos do 1ºciclo e participação no concurso do município.
14.1. Das que assinalou, descreva até três que considera mais significativas, referindo para cada uma o número de vezes que se realizou durante o ano, número de pessoas envolvidas, tipo de participação dos alunos, impacto na comunidade e outros aspetos relevantes:
Atividade 1
Descrição
Foram realizados alguns mercados bio na escola ao longo do ano. Estiveram envolvidos na colheita e venda dos hortícolas a turma CEF de Jardinagem. Permitiu dar a conhecer os produtos produzidos na horta - culturas regionais. Contribuiu para fomentar na comunidade educativa para uma alimentação saudável e sustentável.
Parte da verba arrecadada nos mercados bio serviu para apoiar alunos do 9ºano carenciados em viagem de finalistas aos Açores.
Fotografias
Atividade 2
Descrição
Participação na Feira Quinhentista em Vila Verde (atividade do município de Vila Verde) entre 10 e 11 de maio, com a venda de produtos hortícolas e ervas aromáticas. A venda foi realizada pelos alunos do curso EFA.
Fotografias
Atividade 3
Descrição
As turmas do 8ºano e CEF de Jardinagem na disciplina de Ciências Naturais realizaram atividades experimentais para o estudo dos Fatores Abióticos e a competição inter e intra- específica entre espécies. Utilizaram garrafas PET e em sistema de semi hidroponia. As plântulas para a atividade experimental foram cedidas pelo Projeto Horta Bio da escola.
Fotografias
15. Outros aspetos de realce da horta
Em primeiro lugar pela sua dimensão. Em segundo, pelas interações que se geram, entre a escola e a comunidade educativa. Estabelecemos parcerias com a comunidade local e alargada para nos ajudarem a melhorar a horta. Depois, para além do modo de produção ser bio, é sujeita a um Regulamento de Utilizadores. Cada talhão/parcela é explorada por utilizadores: professores, assistentes operacionais, alunos dos diferentes níveis de ensino, CEF de Jardinagem e pais. É tida como um potencial recurso educativo e a par da estufa, um laboratório vivo de aprendizagem.
Também neste ano, implementamos outras formas de modo de produção sustentável, em semi hidroponia com garrafas PET, de ervas aromáticas.
A participação de agricultor local na mobilização do solo, com alfaias agrícolas mecanizadas, uma vez que o solo tem forte tendência para compactar e com grandes quantidades de pedra. Não se pode moldar ou mudar rapidamente o solo, de acordo com as nossas necessidades ou expectativas, pelo que é importante criar condições para o solo produzir de forma sustentável.
Em parceria com o Município e outras entidades, deu-se continuidade à reflorestação do Bosque das Autóctones e junto da horta, com dádiva de pequenas árvores autóctones.
Assinalámos o Dia da Floresta Autóctone com a plantação das pequenas árvores.
Colaboração das famílias para nos cederem sementes, nomeadamente o centeio para a adubação verde;
Fazemos a germinação das culturas em estufa, para posterior transplantação na horta e jardins;
Desenvolvemos atividades experimentais entre as disciplinas de Ciências Naturais e Físico-Química: análise física e química do solo, estudo dos fatores ambientais na sementeira, germinação e crescimento das plantas.
O apoio de uma cozinha especificamente equipada para ensinar os alunos com NEE (e outros) a confecionarem as suas refeições com os produtos da horta, tendo em vista a sua preparação para vida ativa;
Fazemos várias colheitas para mercados bio na escola.
Parte da verba angariada na venda de produtos hortícolas, reverteu a favor de alunos com dificuldades económicas, na ajuda nas despesas/pagamento da viagem de finalistas aos Açores.
Plantamos canteiros de flores e de plantas aromáticas para atrair insetos polinizadores e aumentamos a área do pomar com mais árvores frutíferas.
Preservamos a biodiversidade existente, através da manutenção das caixas ninho, do hotel para insetos, das sebes de vegetação natural e espontânea (arbóreas, arbustivas e herbáceas) nas delimitação do campo agrícola, bem como, a preservação do bosque das melíferas e das autóctones, constituindo nichos favoráveis ao desenvolvimento de animais auxiliares, contribuindo para o equilíbrio do ecossistema agrícola, pelo aumento da diversidade de flora e fauna que ali vive.
Conservamos o recurso hídrico existente - ribeiro, e a vegetação ripícola existente nas margens e também, utilizamos a água para rega da horta. Enriquecemos a biodiversidade com a exploração agrícola criando e mantendo mosaicos/parcelas com produção de centeio e tremocilho que disponibilizam alimento para insetos e aves e, por fim destinam-se a adubação verde.
Cremos que a horta é um local educativo-pedagógico de toda a comunidade educativa, que tem permitido a valorização do modo de produção bio e a dignificação da profissão de agricultor; perceção de sustentabilidade, consciência ecológica, noção de comida e cozinha saudável; participação e dinamização em/de ações e palestras de sensibilização à consciência ambiental e alimentação saudável.