Hortas Bio nas Eco-Escolas

3 anos

30

• Sim
• Não

A implementação da horta escolar teve um impacto muito positivo tanto nos alunos quanto na comunidade escolar. Os alunos mostraram-se entusiasmados e altamente motivados ao longo de todo o processo. A participação na horta promoveu o espírito de equipa, a entreajuda, o desenvolvimento do sentido de responsabilidade e a perceção de utilidade pessoal.
Durante o projeto, foram realizadas colheitas de cidreira, alface e ervilhas. Com a cidreira, organizou-se um momento especial — um "chá das cinco" — que proporcionou um momento de partilha e convívio. As alfaces e ervilhas foram distribuídas entre os alunos, que as levaram com orgulho para casa, e também oferecidas a alguns funcionários da escola, estreitando os laços com a comunidade educativa.
Os alunos sentiram-se valorizados e importantes por estarem envolvidos desde a construção da horta até à colheita dos seus frutos. Alguns deles partilharam, inclusive, o desejo de, no futuro, trabalhar na agricultura como forma de sustento, o que mostra o impacto duradouro da experiência nas suas aspirações.
Importa ainda destacar que este projeto foi especialmente bem-sucedido tendo em conta que envolveu alunos com dificuldades de aprendizagem e de gestão comportamental. A horta revelou-se, assim, uma poderosa ferramenta pedagógica e de inclusão, contribuindo para o bem-estar, autoestima e desenvolvimento pessoal destes alunos.

A manutenção da horta foi organizada de forma regular e colaborativa, com a participação ativa de todos os alunos. As atividades decorriam habitualmente às quintas e sextas-feiras, sempre que as condições climatéricas o permitiam.
No início do projeto, as tarefas centraram-se na preparação do terreno: arrancar ervas daninhas, arejar e preparar o solo. Esta fase foi essencial para os alunos compreenderem os cuidados básicos necessários antes da plantação.Posteriormente, avançou-se para a sementeira e plantação de diversas espécies, como alface, salsa, abóbora, ervilhas e milho. Fez-se questão de que todos os alunos experimentassem tanto semear como plantar, no mesmo dia e com as mesmas espécies, para que percebessem a diferença entre os dois processos.
Uma vez cultivada a horta, os alunos passaram a realizar tarefas de manutenção como regar, mondar, colocar estacas e observar o desenvolvimento das plantas. Cada sessão era organizada com tarefas rotativas, assegurando que todos os alunos experimentassem diferentes funções e desenvolvessem o sentido de responsabilidade e de trabalho em equipa.
Nos dias de chuva, as atividades eram adaptadas para a sala de aula, onde se realizavam pesquisas sobre as plantas cultivadas, a sua origem, os seus benefícios e nomes científicos. Também se dinamizavam atividades práticas relacionadas com a horta, como a preparação de pipocas com o milho que um dia mais tarde poderão colher ou o “chá das cinco” com a cidreira da horta.
Este modelo de organização permitiu não só manter a horta em boas condições, como também proporcionar aprendizagens significativas e integradas em várias áreas do saber.

O solo encontrava-se muito duro e coberto de ervas daninhas. A primeira etapa consistiu na limpeza do terreno: os alunos arrancaram manualmente as ervas e depositaram-nas no compostor, promovendo assim a reciclagem de matéria orgânica.
De seguida, com o uso de sacholas, os alunos remexeram a terra para a arejar e torná-la mais solta. Durante este processo, observaram que o solo era escuro, fofo, com restos de plantas mortas e muitos pequenos organismos, sinais de um solo naturalmente fértil. Por essa razão, considerou-se desnecessária a adição de fertilizantes.
Esta etapa permitiu aos alunos compreender a importância da preparação do solo para o sucesso da horta e teve também um valor educativo significativo, ao promover o contacto direto com a terra e com os processos naturais de regeneração.

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• Não

Alface com ervilhas, milho com abóboras.

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Um dos aspetos mais marcantes da horta escolar foi o seu forte papel como espaço de inclusão. A horta tornou-se um ambiente acolhedor e acessível, onde todos os alunos puderam participar ativamente, independentemente das suas dificuldades de aprendizagem, necessidades educativas especiais ou estilos de aprendizagem.
Este espaço permitiu que cada aluno contribuísse com o seu ritmo e capacidades, valorizando o trabalho manual, a observação, a paciência e o cuidado com o ambiente. Alunos que habitualmente apresentavam dificuldades de concentração ou comportamentais nas salas de aula mostraram-se mais calmos, envolvidos e colaborativos na horta, sentindo-se úteis e reconhecidos.