Espantalho da Horta
Edição 2023/24
Escola Pátio da Inês (Marinha Grande)
Desafio: Espantalho da Horta
N.º de participantes:
16 participantes
Ano de Escolaridade:
3.º ano de escolaridade
Fotografia do Espantalho na Horta:
Elaboração do Espantalho:
Nome do Espantalho:
Francisco
Apresentação e Descrição do Espantalho:
A turma do 3.º ano de escolaridade inscreveu-se no presente projeto do Eco-Escolas após conhecerem uma história “O Espantalho Enamorado”, de Guido Visconti, que pertence ao Plano Nacional da Leitura e de revelarem interesse em participar na criação de um espantalho para a horta biológica da escola. A turma está organizada em quatro grupos de trabalho e cada um começou por pensar num nome para o espantalho.
Neste sentido, a turma decidiu que a escolha do nome contaria com a participação de todas as crianças da escola e de todos os colaboradores, através de uma votação. Assim, cada grupo de trabalho apresentou aos diferentes grupos de crianças, desde a Educação Pré-Escolar aos restantes grupos do 1.º Ciclo do Ensino Básico, os diferentes nomes e as suas ideias de forma a apelarem ao seu voto. Os nomes apresentados foram: Albertinho, David, Francisco e Jeriscreldo da Silva. Os grupos de trabalho apresentaram as suas propostas de nome e os seus argumentos e recolheram os votos de todas as crianças e colaboradores.
No final, em sala de aula, os votos foram contabilizados e foi criada uma tabela com as contagens e as suas frequências absolutas, que mais tarde permitiram a criação de um gráfico de barras na ferramenta Excel. Foi possível concluir que o nome mais votado foi Francisco, com 45 votos; David ficou com 35 votos; Jeriscreldo da Silva ficou com 24 votos e, por último, o Albertinho ficou com 21 votos. Assim, o Espantalho da nossa Horta ficou com o nome de Francisco.
Através desta etapa de trabalho referente ao presente projeto, as crianças trabalharam em grupo na preparação de um discurso oral apresentado aos restantes grupos de crianças, ao exporem um nome e os diferentes argumentos para a sua escolha. Para além disso, os conhecimentos matemáticos também foram importantes para a organização dos votos e para a eficácia na escolha de um nome de forma justa, o que permitiu a participação de todas as crianças e de todos os colaboradores da escola.
Após o nome do Espantalho estar definido foi partilhado com a turma um artigo “Espantalhos na Horta? Sim ou Não”, do ano 2024, que possibilitou explorar a origem dos espantalhos; reconhecer as suas vantagens, mas também as suas desvantagens, numa horta, e perceber como este deve ser construído. Como as crianças estão organizadas por quatro grupos e o presente artigo contém quatro tópicos de estudo, cada um ficou responsável por ler, estudar o seu conteúdo e procurar retirar a informação essencial para apresentar aos colegas. Deste modo, cada grupo de trabalho familiarizou-se com o seu tópico de estudo e partilhou aquilo que aprendeu com os restantes colegas, de forma a todos terem acesso aos mesmos conhecimentos. Esta fase do projeto foi importante para as crianças analisarem a eficiência dos espantalhos, perceberem que existem diferenças no tipo de aves afetadas e reconhecerem qual o impacto de um espantalho no ecossistema de uma horta.
No final de todas as apresentações orais, concluiu-se que vivemos num planeta que cada vez mais necessita de humanos preocupados com o seu bem-estar e que a sustentabilidade e preservação do meio ambiente deve ser fator de estudo por parte de jovens crianças. Assim, as práticas agrícolas tradicionais, como o uso de espantalhos na horta, deve ser questionada apesar do projeto Eco-Escola propor a criação de um. A turma através da leitura do presente artigo foi levada a pensar na questão “Será que esta prática milenar (criar espantalhos para as hortas) ainda é eficaz nos dias de hoje?”.
Em resposta a esta questão, as crianças perceberam que a eficácia do espantalho estaria dependente da sua correta construção. Assim colocaram “mãos à obra” e iniciaram o seu projeto de construção com um recado escrito por todas as crianças aos pais. O objetivo baseou-se num pedido de colaboração na recolha de todos os materiais necessários, para que também fosse possível reutilizar materiais. Alguns dos materiais recolhidos foram: roupas velhas, chapéus, retalhos de vários tecidos, meias de vidro, saco de serapilheira, fatos já usados de pintor, lã, rolhas de cortiça, botões, fios, CD’s, uma esfregona já usada, entre outros. A palha acabou por ser cedida por um avô de uma criança da turma e a estrutura em madeira que suporta o espantalho foi reutilizada de outros trabalhos realizados anteriormente na escola. Para além da madeira, também foram utilizadas canas que pudemos encontrar na Ribeira das Bernardas que se encontra no terreno contíguo à escola.
Em relação à construção do Espantalho o 1.º passo foi criar o corpo do Espantalho “Francisco”. Deste modo, no espaço exterior da escola, enquanto um grupo de crianças enchia meias de vidro com palha, de forma a criar umas pernas robustas, outro grupo de crianças encheu um fato de pintor, já usado, com palha, de forma a criar o seu tronco e os seus membros superiores. Faltando a cabeça, outro grupo de crianças preencheu um saco de serapilheira, de medidas proporcionais ao corpo, com palha e fecharam-no com um fio, para estruturar o resto da sua cara. Escolheram vários botões que consideraram melhores para as suas feições, rolhas de cortiça para as suas orelhas e escolheram um fio de lã laranja para criar a sua boca, que foi costurada no saco de serapilheira com a ajuda de um adulto. O seu cabelo, formado por uma esfregona, foi colado com cola quente e protegido por um lindo chapéu. Com a cabeça quase finalizada, uma criança teve a ideia de criar uns brincos brilhantes, através de CD’s.
Após a cabeça, a cara e o corpo do Espantalho estarem finalizados, as crianças escolheram as suas roupas. Escolheram umas calças de fato de treino azuis e uma camisa às riscas, também ela azul, branca e verde, e prontificaram-se em vesti-lo. Finalmente, a estrutura de madeira foi criada por dois paus de madeira compridos, onde se apoiou o tronco e as pernas, e os braços foram apoiados em canas. Só no final, conseguiram ter noção do tamanho e da altura deste Espantalho.
Por fim, as crianças olharam para o Espantalho e decidiram colocar restos de tecidos pelo corpo, de forma a colorir e torná-lo mais divertido. Para condizer com os seus brincos, as crianças decidiram fazer uns longos fios, para ficarem pendurados nos seus braços, com restos de CD’s. As crianças pensaram que estes abanam facilmente com o vento e como refletem a luz do Sol assustam os pássaros e, por sua vez, afastam-nos. Ainda decidiram, à última hora, colocar num bolso da camisa um cata-vento construído por uma criança.
Após a construção do Espantalho, as crianças escolheram um lugar na horta para este ficar e convidaram a comunidade educativa a conhecer o novo membro da família da nossa escola, o Espantalho Francisco.
Importância do Espantalho:
Tal como o próprio nome indica o “Espantalho” permite Espantar as aves e outros animais que podem prejudicar as plantações. Acredita-se que, um espantalho corretamente construído e colocado num sítio estratégico na horta tem a capacidade de afastar aves e de proteger as culturas de uma horta biológica. Para além de ter a potencialidade de proteger, este também é uma solução ecologicamente sustentável e natural, dado que não causa danos ao meio ambiente, é versátil e de fácil execução e instalação. Durante a sua construção, as crianças perceberam que com materiais de baixo custo e com materiais que temos em casa, e que muitas vezes não damos uso, podemos proteger as nossas culturas hortícolas. Para além disso, as crianças ao conhecerem a origem dos espantalhos, perceberam que a criação de um também permite preservar e prolongar tradições culturais, mantendo uma ligação com práticas agrícolas dos nossos antepassados.