Espantalho da Horta
Edição 2023/24
Escola Básica do Viso (Viseu) (Viseu)
Desafio: Espantalho da Horta
N.º de participantes:
15
Ano de Escolaridade:
alunos do 2º e 3º ciclos apoiados na sala de ensino estruturado - CAA
Fotografia do Espantalho na Horta:
Elaboração do Espantalho:
Nome do Espantalho:
VisoEu
Apresentação e Descrição do Espantalho:
Para a construção deste Espantalho, foram utilizados materiais que alunos e professores trouxeram de casa:
• Duas tábuas (uma com cerca de 1m e outra de 2)
• Roupas velhas (umas calças, uma camisa, um chapéu de palha).
• 2 pares de collants velhos
• Palha
• Sisal e corda
• Um saco branco em tecido
• Um par de botas
• Marcadores ou tintas à prova de água para desenhar a cara
Descrição das várias fases da construção do espantalho “VisoEu”
1. Fazer a estrutura.
• Com o sisal atar as duas tábuas em forma de cruz, de forma que a tábua horizontal (a mais curta) fique a 20 cm do topo da tábua vertical (mais comprida)
2. Fazer o enchimento dos membros
• Cortar os collants de forma que as suas quatro pernas fiquem separadas.
• Encher as 4 pernas dos dois collants com palha, fechando a ponta inferior de cada uma com sisal, fazendo 4 almofadadas alongadas que irão servir como enchimento dos 2 braços e das 2 pernas para o nosso espantalho.
• Vestir as calças e a camisa com os enchimentos
3. Fazer a cabeça
• Encher o saco de pano com palha
• Fechá-lo para que a palha não caia
• Pintar a cara no saco de pano
4. Montar o espantalho
• Cortar dois pedaços de sisal com cerca de 1m cada
• Fazer uma espécie de suspensórios de sisal, que prendem em ambos os lados numa presilha da frente das calças a uma presilha de trás
• Pendurar o espantalho na estrutura
• Pôr o chapéu
• Calçar as botas
• Colocar o espantalho na horta
Em paralelo com a construção do espantalho, as professoras envolvidas foram interagindo com os alunos de forma aos mesmo exteriorizarem experiências vividas e sentimentos relacionados com este trabalho. Utilizando essas partilhas, uma das professoras envolvidas elaborou um poema intitulado “VisoEu, o espantalho”
VisoEu, o espantalho
Olá, que viso eu daqui,
Logo pela manhã?
Ai não me conhecem?
Eu apresento-me.
Sou VisoEu, o Espantalho.
Uma figura típica,
Modesta e de origem humilde,
Disforme e maltrapilha,
Mas caricata e engraçada,
Sem ser exuberante,
Isso, só no tamanho e
Talvez, quiçá, na estupidez.
Mas ainda assim,
Sou bom confidente
E guardador de segredos.
Indo eu, indo eu a caminho Viseu
Ai Jesus, que ao Viso vim parar.
Uau! Mas que viso eu?
Que visão tão grandiosa!
Um verdadeiro santuário cultural.
Mas que é da horta?
Ah, acolá, junto ao campo de bola
Já viso algo.
Que horta tão viçosa!
Será esta a minha moradia
Para aqueles maraus afugentar
E as culturas proteger?
Impávido e sereno, como só eu,
Ser o terror da passarada!
Não sei, não me parece.
E a nobreza do meu nome
Não permite tal crueldade.
Sou estúpido, mas não parvo,
Por isso, desenganem-se,
Caros visienses do AEViso,
Pois aqui o VisoEu
A solidão não vai cultivar, não.
Sedentário no meio das hortaliças,
A plantação da amizade no Viso,
Zelosamente e com doçura vou preservar
E dos mariolas a vou defender.
Promessa de Espantalho.
07/03/2024, Maria Ferrão Gomes
Importância do Espantalho:
A presença do espantalho na horta pedagógica, pretende afoguentar a presença de pássaros das searas, árvores, hortas e eiras pois tem medo de serem capturados ou apedrejados. É tipicamente uma figura disforme e maltrapilha, mas caricata.
Este boneco caiu nas boas graças da literatura, particularmente na infantil. Inicialmente a sua função “ser o terror da passarada”, acaba por ser-lhe familiar e após os primeiros receios, vem cantar-lhe na lapela iludindo a sua fria abstração e comer as sementes que ele deveria guardar.
É bem conhecida a expressão “comer milho debaixo do espantalho”, aplicada aos maraus que sem escrúpulos, se atrevem a tocar no fruto proibido e zelosamente guardado, sem temerem o aparato das medidas implantadas.
Sedentário dos campos e das searas com toda a carga lírica que envolve ajudam a torná-lo simpático para nós que espertos, julgamos os outros estúpidos.