Os Insetos da Horta

Escola EB 2,3 Bernardino Machado Joane (Vila Nova de Famalicão)

Desafio: "Os Insetos da Horta"

Registo Fotográfico:

Breve explicação, para cada espécie, das vantagens/implicações da presença de cada espécie na horta:
Insetos Benéficos/Auxiliares:

Espécie 1:
Abelha
As abelhas são insetos voadores, parentes de bespas e formigas .
Estes insetos vivem em colónia, onde existem 15 000 abelhas fabriqueiras que constroem os favos das colmeias .
O tamanho delas varia entre 2 milimetros a 39 milimetros .
Plantando flores amarelas, azuis e púrpura e também com uma única fileira de pétalas consegue atrair abelhas.
As abelhas são insetos voadores com um papel muito importante na polinização, ou seja, na reprodução das flores levando o pólen de uma flor para outra. Existem cerca de 20 mil espécies de abelhas de sete a nove famílias identificadas. Elas alimentam-se de duas formas, através de néctar e do pólen. As abelhas produzem o mel nas colmeias para poderem alimentar- se e sobreviverem durante o inverno.
O mel é produzido pelas abelhas e é um alimento muito importante para o homem, pois é muito rico em proteínas e vitaminas.
Para as atrair e mantê-las na nossa horta ou jardim precisamos de ter água, plantas produtoras de pólen e criar um hotel para elas poderem construir as suas colmeias.
Curiosidades
As abelhas comunicam umas com as outras através de uma espécie de dança;
Quando voam à volta das flores significa que aquela flor tem muito pólen;
Se voarem em forma de oito na horizontal quer dizer que a fonte de alimento ainda está um pouco longe;
Uma abelha operária pode chegar a visitar 2 mil flores num só dia;
As abelhas rainhas podem viver entre dois e três anos;
Uma colmeia pode ter até cerca de 50 mil abelhas e uma rainha.
Segundo Einstein o ser humano não sobreviveria mais do que 4 anos sem as abelhas.

Espécie 2:
Joaninha
Joaninhas têm tudo a ver com o controle biológico de pragas – ou seja, usar um inseto para controlar a proliferação de outros, nocivos às plantas. Para impedir, controlar ou evitar uma infestação de pulgões é preciso ter joaninhas à disposição.
A joaninha também é eficiente a combater ácaros, moscas da fruta, piolhos da folha e lagartas pequenas.
Contudo, é preciso ter em atenção que não é só na fase adulta que a joaninha tem estes hábitos predadores. Mesmo na fase de larva, ela é bastante ativa e “esfomeada”.
Como atrair joaninhas para a horta?
1 – Pontos de água permanentes o mais natural possível (tipo um pequeno charco integrado na terra);
2 – Plantas produtoras de pólen. O pólen faz parte da dieta das joaninhas, portanto é imprescindível ter canteiros espalhados pela horta com algumas das seguintes variedades de plantas:
• Lírios e Túlipas (as favoritas das joaninhas pois é dentro dos “copos” das flores que vão encontrar alguma frescura e construir os seus refúgios de verão;
• Girassol;
• Erva Doce;
• Manjericão;
• Coentros;
• Cominhos;
• Angélica;
• Cenouras;
• Hortelã;
• Malmequer;
• Cosmos;
• Dente Leão;
3 –Plante e semeie as plantas que gosta de produzir na sua terra, elas vão crescer e atrair o piolho / pulgões.
Como manter as joaninhas na horta?
Geralmente os hotéis de insetos são criados para atrair insetos polinizadores e insetos auxiliares. A horta irá ser beneficiada com a presença destes seres vivos, já que insetos como as abelhas-solitárias e borboletas irão polinizar as plantas existentes na horta, e insetos como a joaninha e crisopas.

Espécie 3:
Escaravelhos
Os escaravelhos, principalmente os escaravelhos-da-terra são espantosos a exterminar lagartas, vermes e outros insetos prejudiciais que atacam as suas plantas.
A maioria das espécies de escaravelhos-da-terra são escuros, brilhantes e de carapaça dura.
A forma e a cor difere muito entre as espécies, sendo a maior parte castanho ou preto, enquanto outros têm as costas com cores em tons metálicos.
Vivem no solo debaixo de coberturas de folhas ou forragens, em torno das pilhas de compostagem, ou nas áreas protegidas ao redor de plantas perenes.
Comparado com outros insetos da horta, os caravelhos-da-terra são de longa duração e podem habitar a horta por mais de ano através da hibernação na fase adulta.
Os escaravelhos-da-terra tentam comer quase tudo que se move, incluindo as lagartas das couves, lagarta do milho, roscas, lesmas e até mesmo outros escaravelhos como o dos espargos e da batata.
Também comem minhocas, mas os benefícios superam esta pequena falha.
Alguns são também importantes consumidores de sementes de ervas daninhas.
Os escaravelhos-da-terra não podem subir, por isso a área de ação limita-se à superfície do solo.
Como atrair:
Se possível, procure manter na sua horta habitats estáveis com plantas perenes rodeadas de cobertura morta que é normalmente regada em tempo seco.
Pedras ou placas planas também servem pois fornecem locais seguros para esconderem-se durante o dia.
Deixar crescer trevos nos pontos de passagem ou ter plantas de Amaranto adultas também são um bom chamariz para os escaravelhos da terra

Insetos Prejudiciais:

Espécie 1:
Pulgão
O pulgão é um inseto hemíptero ou Rhynchota da família Aphididae de pequeno tamanho, cores variadas (verde e negros principalmente) e com corpo de forma ovoidal. Normalmente nunca atacam sós, ou seja, fazem-no em grandes massas, daí que sejam considerados uma praga.
Os pulgões causam declíneo rápido da planta, seca dos galhos a partir das extremidades e folhas amarelas. As radicelas apodrecem, folhas e frutos ficam menores e surgem sintomas de deficiência nutricional.
O inseto infesta a face inferior das folhas, mas também podem ser observadas manchas necrosadas na face superior. Devido à intensa sucção de seiva, eles produzem um volume significativo de excrementos.
O pulgão crescerá e reproduz-se de duas formas diferentes, tudo dependerá do tipo que seja como praga ou do tipo de planta em que se coloca. Existem duas classes de pulgões:
1. Espécie monoecia: caracteriza-se por habitar numa única planta. Vivem, crescem e reproduzem-se numa única espécie vegetal, dando lugar a diferentes gerações do pulgão.
2. Espécie heteroécia: o caso contrário ao anterior: os pulgões vivem em várias plantas durante as diferentes estações do ano.
Mas o que nos deve preocupar são os pulgões de inverno. Estes insetos só se reproduzem quando chega o inverno. Nessa época põe os ovos e estes hibernam até à próxima primavera. Dos ovos nascem as fêmeas que têm a capacidade de parir clones dos insetos adultos, sem necessidade de acasalar. Por isso, é que esta praga é uma das mais habituais. Propagam-se com tanta facilidade graças a essa capacidade das fêmeas, por isso, uma vez que se observa que a planta está infetada, deve-se atalhar o problema rapidamente.

Espécie 2:
Mosca branca
A mosca-branca, conhecida cientificamente como Aleyrodidae, é um grupo de insetos homópteros que causam danos importantes em hortos e jardins. É uma das pragas mais habituais nas plantações.
É um inseto com duas asas e um tamanho em adulto de cerca de 2 milímetros. As fêmeas são mais grandes que os machos.
A mosca-branca tem um aparelho dentário com dupla função — picar e chupar — muito versátil e com o que aproveitam para atacar um grande número de diversas plantas.
O seu corpo divide-se em: cabeça, tórax e abdómen.
Onde se encontra a mosca-branca?
Este inseto é muito fácil de identificar quando é adulto, dado que as suas asas brancas são visíveis a olho nu. No entanto, convém saber identificá-los quando ainda são ovos.
Ora a mosca-branca deposita os seus ovos na parte de trás das folhas, em “pequenos grupos”. São de tamanho reduzido e a sua forma é oval ou piramidal.
Os ovos estão em contacto direto com a planta, usando assim a água e os nutrientes das folhas para sobreviver.
Como ataca a mosca-branca?
Tal como mencionado anteriormente, a mosca-branca deposita os seus ovos na parte de trás das folhas da planta. É nesse lugar que começa o seu ataque.
Este inseto suga a seiva das folhas graças ao seu aparelho dentário de dupla função. Enquanto suga, segrega uma espécie de melaço que provoca o aparecimento de fungos (pulgão), bactérias e outros insetos.
A mosca-branca é, portanto, um duplo inimigo.
Aparecem quando o clima lhe é propício, ou seja, quando as temperaturas são quentes. As épocas favoritas para atacar são o verão e a primavera, período em que faz mais calor.
Como saber se a plantação foi afetada por esta praga?
Dado que se alimenta da seiva e os nutrientes das folhas, é necessário verificar se estas partes sofrem mudanças de cor (pequenas ou pontos). Se o ataque se prolongar no tempo, a folha acaba por secar e cair.
Outro efeito que se pode ver a olho nu é que enquanto as folhas perdem a cor, também podem provocar deformações nelas.
Estas partes aéreas da planta também se encontrarão cobertas por uma espécie de líquido brilhante e pegajoso, sintoma claro do ataque da mosca-branca.
Aparecimento de outros insetos, como formigas. Estas são atraídas pelo melaço que segrega a mosca-branca nas folhas.
Como pode constatar, os seus efeitos são totalmente visíveis, pelo que é relativamente “simples” identificar esta praga. No entanto, apesar da sua identificação fácil, a sua erradicação já não o é tão fácil.

Espécie 3:
Lagarta
Na linguagem vulgar, chama-se lagarta ao primeiro estágio larval dos insetos da ordem dos Lepidóptera. Têm o especto de vermes, por vezes segmentados e com os rudimentos dos três pares de patas característicos dos adultos. O estado seguinte chama-se pupa e geralmente forma-se dentro de um casulo.
Algumas alimentam-se de folhas de plantas e podem constituir uma praga nas culturas (principalmente na agricultura biológica) e jardins. Outras desenvolvem-se dentro de frutos em maturação – a fêmea coloca os ovos dentro do ovário da flor e a larva alimenta-se do pericarpo ou mesmo da semente. Noutros casos, os ovos podem ser colocados por baixo da pele dum animal vivo e as lagartas parasitam-no. As lagartas das moscas alimentam-se de animais mortos ou de dejetos – são detritívoras.
• Uma lagarta leva um ano para virar borboleta, para a transformação acontecer ela passa por quatro fases: ovo, lava, pupa e a fase adulta.
• Quando a lagarta atinge a fase de pupa, isso ocorre após várias mudanças de pele, ela produz os fios para construir o próprio casulo, lá ela fica por até um mês, dependendo da espécie, e quando virá borboleta, ela rompe o casulo.

Memória descritiva:
A Coordenadora do projeto Eco-Escolas, lançou este desafio aos alunos da turma I do sexto ano. Estes alunos têm entre 11 e 12 anos de idade e aceitaram o desafio com muita satisfação.
Os alunos seguiram as indicações dadas pela coordenadora do projeto Eco-Escolas, professora Cláudia Oliveira e pela docente de português, Marisa Sousa.
Inicialmente, os discentes, realizaram um trabalho de pesquisa sobre os insetos da horta. Através da pesquisa realizada, constataram que podiam encontrar insetos polinizadores e insetos auxiliares, constituindo elementos fundamentais numa horta biológica produtiva e sustentável. Verificaram que os insetos polinizadores, como as abelhas e borboletas, contribuem para a polinização de cerca de 80% das plantas.
Os insetos auxiliares ajudam a controlar populações de pragas, como é o caso das joaninhas, que se alimentam dos prejudiciais afídios. Esses insetos trazem-nos benefícios, por permitir que tenhamos produtos de qualidade e sem recorrer ao uso de pesticidas, vindos de um ambiente de produção ecologicamente mais equilibrado
Verificaram, também, que alguns insetos são perigosos porque transmitem doenças, uns são venenosos e outros são considerados pragas, causando prejuízos para a agricultura.
Posteriormente, os alunos, executaram as ilustrações dos insetos pesquisados.
O envolvimento de todos os alunos, na concretização deste projeto foi considerado muito satisfatório.
As docentes responsáveis pela implementação deste projeto, selecionaram os trabalhos vencedores (submetido a concurso).