Espiral de Ervas Aromáticas

Esboço/croqui da Espiral:

Descrição das vantagens da construção de uma espiral:
A construção de uma espiral para o cultivo de ervas aromáticas apresenta vantagens, no que diz respeito à delimitação do espaço e à diversidade de plantas. Uma espiral de aromáticas pode conter uma grande variedade de espécies em multinível, tornando-se eficiente em termos de espaço e otimizando as condições de cultivo das mesmas. Esta forma espiral proporciona a existência de vários microclimas ao longo da espiral, no que se refere a valores de temperatura, humidade e exposição solar, para as diferentes espécies cultivadas. Sendo que na parte superior da espiral haja maior exposição solar e uma melhor drenagem do solo, diminuído esta ao longo da espiral até à base, criando aqui zonas mais húmidas e de sombra.

Breve descrição das plantas selecionadas e motivo do respetivo posicionamento na espiral:
As plantas da nossa espiral são: Cebolinho (Allium schoenoprasum), uma planta bolbosa cujas folhas verdes e flores azuladas esféricas têm um sabor picante a alho-porro. O cebolinho requer um solo rico em nutrientes e com elevada exposição solar. Coentros (Coriandrum sativum), planta herbácea com folhas recortadas e flores brancas delicadas. Os coentros requerem uma terra solta e permeável, num local protegido mas solarengo. Durante a fase de crescimento pedem água abundante e a sacha periódica do solo. Funcho (Foeniculum vulgare), a planta tem hastes finas e altas que podem atingir um metro de altura, o funcho revela ainda, sempre no final do Verão, pequenas flores amarelas. O funcho deve ser semeado ao ar livre a partir de abril, num local com solo solto e muito solarengo. Mangericão (Ocimum basilicum), é uma planta perfumada, saborosa e florida. Os rebentos mais jovens têm folhas mais condimentadas. O manjericão é plantado com recurso a sementes, o manjericão exige muito sol, terra fértil e permeável, de preferência longe dos caracóis e protegida contra a geada. Hortelã (Mentha spicata L), as numerosas variedades de hortelã, entre as quais a hortelã vulgar, gosta de solos frescos, francos com boa quantidade de matéria orgânica e calcário e exposição ao sol moderada. Hortelã pimenta (Mentha piperita), planta perene resistente, bonita e muito aromática, a verdade é que existem várias espécies de hortelã-pimenta que emanam agradáveis aromas a manjericão, chocolate e limão. A hortelã-pimenta pode ser plantada com ramificações das suas próprias raízes e o seu crescimento veloz requer um canteiro delimitado ou então um vaso. Pouco tolerante em relação ao Inverno. Erva Cidreira (Melissa officinalis), no Inverno a erva-cidreira revela-se como um arbusto amplo com folhas esverdeadas e emana um delicioso aroma a limão; no Verão ostenta pequenas flores brancas. O seu cultivo pode ser feito por divisão, necessitando principalmente de um local com muito sol e terra solta. Oregãos (Origanum vulgare), planta com folhas verdes ou douradas, assim como flores brancas e lilases que, arrebentando em julho, duram até aos meses outonais. O cultivo do orégão pode ser realizado através de sementes ou divisão, desde que feito num solo solto, protegido e ensolarado. Salsa (Petroselinum sativum), é uma produção bienal que no primeiro ano origina folha e no segundo, uma flor amarela. A sua produção é facilmente conseguida através de semente ou divisão, num terreno solto e solarengo. Tomilho (Thymus espécies), existem diversas variedades do tomilho que crescem abundantemente, mesmo nos espaços mais reduzidos. Pode ser semeado ou envasado, o tomilho gosta de calor e cresce ostensivamente. Poejo (Mentha pulegium), uma perene cespitosa de raízes rizomatosas que cresce bem em locais húmidos ou junto de cursos fluviais, onde pode ser encontrada selvagem entre gramíneas e outras plantas. Sálvia (Salvia officinalis), planta perene subarbustiva, com caules lenhosos, folhas acinzentadas, e flores azuis a violáceas. Erva do Caril (Helichrysum italicum), a planta liberta um forte odor a caril apresenta inflorescências amarelas e aprecia muito a luminosidade. Arruda (Ruta graveolens), a arruda tem preferência por solos pobres, pedregosos, secos, bem drenados, rico em matéria orgânica. Lavanda (Lavandula angustifólia), são pequenos arbustos, perenes, incluindo também as anuais e os subarbustos. A lavanda não é exigente quanto à fertilidade do solo, mas este deve ser muito bem-drenado e receber insolação direta o dia todo.
A planta da espiral da nossa escola segue em anexo junto com as fotografias. O desenho em espiral naturalmente permite uma eficiência de água adequada, desde que se plante espécies mais tolerantes à seca perto do topo e deixe as amantes da humidade nos níveis mais baixos. No entanto, nem todas as espécies ocupam a posição mais correta na nossa espiral, pois no momento da plantação encontravam-nos em época crítica de pandemia e não houve tempo de pesquisar ou pensar na forma mais adequada para posicionar algumas das plantas. Por exemplos os orégãos e a lavanda deveriam estar num nível mais alto, pois suportam melhor a seca e os poejos num nível mais baixo, porque apreciam mais a humidade. As restantes parecem estar distribuídas no espaço.

Materiais de construção necessários e motivo da sua escolha:
A espiral localiza-se a nascente de um bloco (edifício) da escola, com uma exposição solar adequada e protegida de ventos. O seu tamanho é de cerca de 1,5 m de diâmetro, não é muito grande, mas pareceu-nos ser suficiente, dado que temos na escola um outro espaço com sete pneus usados já com aromáticas. Os materiais de construção usados foram: na base da espiral foram aproveitadas pedras já existentes no local em forma circular, adquiram-se bordaduras em madeira para fazer a espiral e foi-nos cedida terra fértil para preencher toda a área da espiral. Desta forma, a construção da espiral foi económica.

Breve memória descritiva de como foi efectuado o trabalho:
O trabalho da espiral teve início durante o mês de fevereiro, com a escolha e limpeza do local. Os alunos do Clube do Ambiente em duas sessões limparam o local e conseguiram construíram a espiral. Procedeu-se posteriormente à sementeira de coentros, manjerico, cebolinho, salsa e plantou-se orégãos, manjericão, hortelã, hortelã pimenta, tomilho e arruda. Em março, verificou-se que não tinha germinado nenhuma semente, provavelmente estas teriam sido comidas pelos pássaros. Nesta altura, plantou-se salsa, funcho, sálvia, erva do caril, erva cidreira e uma lavanda. Já em abril, em período de confinamento, fizeram-se novas plantações, poejo e cebolinho e semeou-se novamente coentros. As mondas e as regas foram sempre sendo feitas ao longo deste 3º período pela coordenadora. Não se verificou nenhum tipo de parasita ou doença, a não ser a existência de ervas daninhas.

Registo Fotográfico: