Casa de Infância de Santo António

a nossa horta bio

Horta grande (superior a 10m²)

 
  • Hora de alimentar os nossos animaisHora de alimentar os nossos animais
  • Primeiras sementesPrimeiras sementes
  • Os nossos canteirosOs nossos canteiros
  • Trabalho no exteriorTrabalho no exterior
  • Primeiras plantasPrimeiras plantas
A nossa horta foi assim em fevereiro

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Há quanto tempo existe uma horta na escola?

Na nossa escola existe uma horta há aproximadamente 1 ano e meio.

Área aproximada da horta

150m2

Quais as motivações e objetivos na base da criação da horta?

O projeto foi pensado no sentido de promover a biodiversidade do ecossistema da horta bem como contemplar práticas ecológicas para o correto maneio da mesma, tentando aplicar ao máximo as principais práticas preconizadas no modo de produção biológico. Promove-se a responsabilidade e o gosto pelo respeito pela terra e a pela importância da agricultura familiar, tema atual e importante neste ano internacional da agricultura familiar. A nossa horta é composta por um espaço ao ar livre e por uma estufa, cercados por sebes. A envolvência da estufa e da parcela ao ar livre é composta por diversas flores e plantas aromáticas que contribuem como importantes infra estruturas ecológicas, fundamentais para o aumento da biodiversidade e consequentemente o aumento da disponibilidade de auxiliares, como verdadeiras “tropas de luta” no combate a certas pragas. O espaço contempla também a produção animal com pequenas instalações :currais para 2 porcos e um galinheiro com 5 galinhas e 4 patos. Na agricultura biológica devemos, sempre que possível, trabalhar em ciclo fechado através do recurso à produção vegetal e animal.

Que aspetos denotam a originalidade deste projeto?

Na nossa opinião o nosso projeto é original na medida em que todos os alunos dos 3 aos 10 anos estão ativamente envolvidos nas atividades em torno da nossa horta biológica. Os tempos dedicados ao trabalho na estufa estão contemplados nos horários das turmas sendo que os alunos do primeiro ciclo dedicam uma tarde ao trabalho na estufa quinzenalmente e os alunos do pré-escolar uma a duas manhãs por mês. Este trabalho é rotativo pelo que pelo menos três vezes por semana o trabalho na estufa é efetuado por alunos. Um dos aspetos que consideramos importante é a recolha de água da chuva. Na instituição temos depósitos para recolher água e aquando da rega, sempre que possível, (na maioria das vezes uma vez que cá nos Açores chove muito) os alunos regam a horta com a água recolhida e registam (no caso do pré escolar as educadoras registam) o número de regadores usados para terem uma noção da água recolhida e da importância desta iniciativa. Uma prática inovadora e adequada às necessidades da quinta é a utilização do galinheiro móvel, que permite a utilização dos animais como “parceiros de trabalho” contribuindo para o controlo de infestantes e de algumas pragas bem como para a melhoria da fertilidade do solo. O facto de termos um técnico disponível para o acompanhamento de professores e alunos nas atividades na estufa é uma mais valia. A par das visitas à estufa temos desenvolvido diversas atividades em contexto de sala tentando promover a interdisciplinaridade sempre que possível.

Quem trata da horta?

  • N.º de professores envolvidos: 10
  • Disciplinas que mais participam na dinâmica da horta: estudo do meio e cidadania
  • N.º de alunos envolvidos: 138
  • N.º de funcionários da Escola envolvidos: 3
  • N.º de pais ou outros familiares envolvidos: 138

Como são envolvidas as famílias?

Numa fase inicial contamos com a colaboração de alguns encarregados de educação para montar a estufa. As famílias dos alunos encontram-se muito entusiasmadas com este projeto, entusiasmo que foi aumentando à medida que os alunos foram partilhando em casa as suas experiências na terra. A participação, sobretudo, dos encarregados de educação tem sido muito boa. Numa fase inicial pedimos a colaboração das famílias com plantio e sementes biológicas. Muitos foram os alunos que trouxeram sementes para a escola. Sempre que os encarregados de educação pretendem podem visitar a estufa acompanhados dos filhos ou do Roman (técnico especializado em agricultura biológica que acompanha todas as atividades desenvolvidas na estufa). No Dia de Santo António (dia em que comemoramos a festa da nossa instituição), os alunos venderão produtos da nossa horta à comunidade escolar. Estes produtos serão transportados em sacos " amigos do ambiente" construídos pelos próprios alunos com materiais reutilizáveis.

Exemplos do impacto da horta na comunidade e nos alunos

Quando se deslocam à estufa, muitos encarregados de educação manifestam a vontade de construir uma estufa em casa ou quando não têm condições para isso revelam que gostariam de ter. A maioria dos alunos começa a perceber a importância e benefícios do consumo de produtos biológicos. Além disso, verificamos uma maior valorização dos bens alimentares uma vez que os alunos percebem a dedicação e esforço necessários para que os alimentos cheguem à nossa mesa.

Como é organizada a manutenção da horta e a repartição de tarefas?

Os alunos visitam a horta rotativamente. Lá alimentam os animais, recolhem as ervas daninhas que posteriormente dão aos animais; limpam as capoeiras (sendo os excrementos dos animais aproveitados para o compostor); recolhem os restos de alimentos da cozinha para o compostor participando ativamente no processo de compostagem. Os alunos são divididos em grupos e a cada grupo é distribuída uma tarefa. Estas tarefas vão alternando de forma a que todos os alunos participem nas várias tarefas.

Como é feita a preparação do solo?

Inicialmente, os alunos, professores e técnico cavaram a terra e recolheram todas as ervas daninhas. Ao solo foi adicionado o composto. Nas culturas instaladas na estufa é utilizada palha como forma de cobertura do solo para diminuir o crescimento das ervas daninhas.

É feita compostagem?

Sim

Se sim, como e com que materiais?

Os alunos foram sensibilizados para a importância da utilização do composto - as suas capacidades “mágicas” de alimentarem as plantas, assim como uma excelente forma de reaproveitar quer os restos da cozinha, quer os resíduos de culturas, mondas e podas e estrume dos animais. Antes de partirmos para a compostagem foi necessário ensinar aos alunos o que é a compostagem e esclarecer todas as dúvidas que tivessem sobre a mesma. Partimos dos conhecimentos dos alunos para abordarmos a temática e tivemos a colaboração de um técnico com conhecimentos em agricultura biológica. As turmas da instituição assistiram a sessões sobre a compostagem onde puderam aprender um pouco mais sobre a temática e partilhar experiências. Este ano continuamos a recolher na cantina da escola os materiais necessários para realizar a compostagem. Os alunos participam ativamente neste processo. Os materiais que usamos para a compostagem são: cascas de fruta e dos legumes, ovos, papel, relva e folhas secas.

Quais as culturas / consociações instaladas?

A cada turma foram atribuídos determinados espaços- canteiros e cada grupo foi responsável pelo planeamento das suas culturas. Na escolha das culturas, foi possível aprenderem o conceito de consociação, a sua importância e realizarem o exercício de escolher as suas próprias consociações através da seleção das plantas amigas. As culturas ou consociações que produzimos são: cenouras, ervas aromáticas, feijão, tomate, beterraba, cebola, alho, alface, favas, alho francês, couve-flor, acelgas, nabos, couves e abóboras. Além disso, temos canteiros com flores. Os alunos conheceram os princípios da agricultura biológica e forma de aplicar as práticas adequadas. Na seleção das culturas foi tido em conta, quer a sazonalidade associada as condições climatéricas da nossa região, bem como os critérios da rotação de culturas na escolha das diferentes famílias a utilizar. A rotação de culturas tem por objetivo evitar o aparecimento de pragas e doenças e otimizar a absorção dos nutrientes pela introdução de plantas melhoradoras a seguir a outras mais esgotantes. Outra das práticas utilizadas na gestão das culturas é a adubação verde.

Como é feita a gestão da rega?

No que diz respeito ao espaço cultivado no exterior da estufa, praticamente não temos necessidade de regar. Sempre que possível e uma vez que cá nos Açores chove muito usamos água recolhida da chuva para regar as culturas que estão dentro da estufa.

Como é feita a monitorização e controlo de pragas e doenças?

Felizmente ainda não tivemos muitas pragas na estufa. Para evitar as pragas e as doenças usamos, sobretudo, a consociação de culturas. Além disso, plantamos ervas aromáticas ao redor dos canteiros. As Infra- estruturas ecológicas são fundamentais para o aumento da biodiversidade e consequentemente o aumento da disponibilidade de auxiliares, como verdadeiras “tropas de luta” no combate a certas pragas. Os alunos tiveram oportunidade de recolher na horta alguns insetos auxiliares e com uma lupa e o auxílio do guia de bolso “Amigos desconhecidos do agricultor ” conseguiram identificar uma série de auxiliares e perceber a sua importância. Todas estas práticas preventivas são o forte para conseguirmos o controlo de pragas e doenças. Aquando de algum desequilíbrio recorremos à utilização de chorumes e de outras soluções disponíveis para a agricultura biológica.

Existem animais ligados à horta?

Sim

Se sim, que espécies?

Sim. Na nossa horta temos patos, coelhos, galinhas e porcos. Os alunos são divididos em grupos e enquanto uns trabalham a terra, os outros tratam dos animais sempre monitorizados por um adulto. Os dejetos dos animais são usados para fertilizar a terra.

Refira outras atividades que se realizam em torno da horta

As aulas estão planeadas de acordo com as práticas a implementar tendo a oportunidade de aplicar diretamente o conhecimento consoante o tema desenvolvido. Este ano já foram abordados os seguintes temas: Agricultura biológica – definição, princípios e principais práticas culturais; Ar livre vs estufas; Compostagem; Consociações; Recolha de sementes; Galinheiro móvel; Auxiliares; Maneio adequado a cada tipo de cultura; sementeira, plantação e colheita; As fases da lua nas práticas culturais; Plantio de plantas aromáticas e flores. Após a seleção das culturas os alunos fizeram os seus próprios plantios. Com a colaboração dos encarregados de educação, foi possível utilizar materiais recicláveis (copos de iogurte, garrafas plástico) para fazer os diferentes plantios. Na horta, no início do ano letivo foi possível aos alunos efetuarem a colheita de sementes das suas próprias culturas anteriores e colaborarem na sua preparação e armazenamento para futura utilização, criando o seu próprio “banco de sementes”, junto com as disponibilizadas pelos encarregados de educação. Foram sensibilizados para a importância da conservação das sementes, do seu valor e de toda a problemática envolvente das mesmas .A realização das sementeiras e das plantações foi em consonância com as fases da lua e foram explicados aos alunos alguns aspetos da influência da lua na agricultura. Os alunos realizaram também plantio de aromáticas que posteriormente levaram para casa. Todos os alunos são envolvidos nas diferentes atividades/tarefas de gestão da horta biológica : podas de manutenção, mondas, regas, alimentação dos animais, são algumas das tarefas realizadas diariamente pelas crianças. Sempre que possível cozinhamos os produtos da nossa horta na cantina. Além disso, frequentemente expomos os nossos produtos e os encarregados de educação podem levà-los para casa. Este ano letivo, participamos nas XXI Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental onde tivemos uma banca e expusemos os nossos produtos.

 

Publicado por: Casa de Infância de Santo António

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Professor coordenador da horta: Emília Manuela Machado Ferreira